3 principais desafios do gestor industrial pós-pandemia

Fonte: A Voz da Indústria

A indústria está saindo de uma das maiores crises da história devido à pandemia. Mas muitos são os desafios do gestor industrial no momento pós-pandemia

A sociedade mundial está em transformação, com um “novo normal” se apresentando diante de um maior controle da pandemia. Porém, ninguém sabe ao certo qual é o caminho a ser seguido e quais serão os desafios do gestor industrial.

Independentemente da direção a ser seguida na pós-pandemia, as mudanças estruturais e comportamentais impõem alguns desafios ao gestor de indústrias. Ele precisa compreender o cenário desse “novo normal” e tomar decisões mais assertivas de acordo com as necessidades, seja do cliente, seja do seu próprio colaborador.

Esse é também o entendimento de Fábio Lopes da Silva, gerente de produção industrial da YPF Brasil. Segundo ele, a indústria enfrenta desafios todos os anos, mas novos desafios do gestor industrial estão surgindo no momento pós-pandemia, “porém com o time bem preparado é possível atenuá-los”.

Desafios da indústria no pós-pandemia: gestão de mudanças e recursos humanos

O enfrentamento da pandemia foi um grande desafio para a sociedade, com as indústrias não ficando de fora disso, mas o momento pós-pandemia representa um conjunto de desafios ainda maiores.

Na ótica de Fábio Lopes da Silva, os maiores desafios do gestor industrial para o atual momento relacionam-se à gestão de mudanças e recursos humanos.

Segundo o gerente de produção industrial da YPF, a questão da gestão de mudança associa-se à capacidade de a indústria entrar nesse novo mundo digital. “Para quem não fez nada até o momento vai sentir na pele a ausência das informações em tempo real de seus processos, e a satisfação de seus clientes”, salienta.

Já com os recursos humanos, ele cita a preparação das pessoas e a falta de profissões qualificadas. “Esses são ainda grandes problemas da indústria nacional, seja antes ou após a pandemia”, opina.

3 desafios do gestor industrial da pós-pandemia

Além dos desafios do gestor industrial, as indústrias terão outros muitos desafios a enfrentar no momento pós-pandemia e que deverão persistir ao longo dos anos seguintes.

Os principais desafios para o atual momento da indústria estão relacionados à:

1 – Transparência da comunicação

Manter a transparência das comunicações para orientar o retorno seguro de colaboradores é essencial para o ambiente industrial. Mas, segundo Fábio Silva, não existe um framework para transparência, com cada caso sendo um caso específico.

“Nós acreditamos na escuta ativa, mas não é só isso. A única verdade que temos é que tudo é mutável, e precisamos estar abertos a essa condição da vida. Por isso, precisamos inovar, errar rápido e barato na inovação e corrigir logo”.

Neste cenário, a estratégia da YPF é criar um ambiente psicologicamente seguro, com o gestor devendo ser claro naquilo que transmite. Também é importante envolver as pessoas nas decisões e projetos, feedbacks constantes. “Durante a pandemia e agora na saída gradativa dela, reforçamos as nossas condutas nesta direção”, cita Fábio Silva.

2 – Garantir a saúde mental de colaboradores

Estamos saindo gradativamente da pandemia, e para garantir a saúde mental das pessoas, ou ao menos reduzir os impactos, o investimento em bem-estar é essencial, como explica Fábio Silva:

“Investimos em programa de coaching, redobramos nossa presença junto às pessoas. Cuidamos de cada um. Fomos uma das raras empresas que investimos na segurança do nosso pessoal para fazer a planta rodar, levando e buscando de Uber, taxi, para aqueles que não tinham como se locomover até a fábrica”.

3 – Analisar dados para tomar decisões mais assertivas

Sem dúvida a análise de dados traz muita luz à indústria, principalmente no aspecto da interação entre as pessoas de diversos departamentos, exatamente por isso esse é um dos grandes desafios do gestor industrial no pós-pandemia.

Fábio Silva explica que nas reuniões de Shopfloor da YPF e o uso de informações já digitalizadas da operação possibilitou que a empresa possa tomar decisões mais assertivas.

“Tomamos muitas decisões de riscos, acredito que a mais arrojada, foi o investimento em uma moderna linha de envase, totalmente automatizada, que além de nos colocar mais próximo da indústria 4.0, trará resultados importantes”, completa.

Sendo assim, diante dos mais diversos desafios do gestor industrial no momento pós-pandemia, a forma com que devemos tratar as pessoas foi e sempre será imprescindível.

Fonte: A Voz da Indústria

Publicado por: PolySeal

Confiança da indústria sobe em agosto, aponta CNI

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) atingiu 63,2 pontos, bem acima da média histórica de 54 pontos, e o maior indicador deste ano

Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aumentou 1,2 ponto em agosto de 2021 em relação a julho e alcançou 63,2 pontos. Este é o quarto mês consecutivo de avanço do indicador, período no qual acumula alta de 9,5 pontos.

O índice varia de 0 a 100, sendo 50 pontos a linha divisória entre falta de confiança e confiança. Foram entrevistados 1.477 empresários, sendo 580 de empresas de pequeno porte, 558 de médio porte e 339 de grande porte, entre 2 e 6 de agosto.

O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, explica que esse é o maior índice do ano e está bem distante da média histórica de 54 pontos.

“Já são 13 meses consecutivos de confiança. Por estar bem acima da linha divisória de 50 pontos há alguns meses, o ICEI vem indicando otimismo forte e disseminado na indústria”, destaca. 

Gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, comenta o Índice de Confiança do Empresário Industrial
Clique na imagem e acesse a a entrevista do gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, no Banco de Mídia da Indústria

O indicador é composto pela percepção do momento atual e pela expectativa para os próximos seis meses e esses dois componentes registraram avanço em agosto de 2021.

O Índice de Condições Atuais demonstra uma percepção mais positiva do estado atual da economia brasileira e das empresas. O índice cresceu 1,8 ponto para 57,5 pontos. O Índice de Expectativas, que já estava em um patamar elevado, avançou 0,8 ponto, atingindo 66 pontos.

Indústria e comércio: estoque se aproxima de nível recorde

Fonte: Mercado e Consumo 

O isolamento social imposto pela pandemia, com fechamento de boa parte das lojas físicas e o e-commerce ainda pequeno, derrubou as vendas no varejo e fez o estoque encalhado no comércio e na indústria dar um salto.

Em abril, a fatia de indústrias e varejistas com volumes excessivos de estoque atingiu 24,9% e 20%, respectivamente. São níveis próximos de recordes históricos atingidos em outros períodos de recessão, aponta estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

“Com uma parcela muito elevada de empresas com estoques indesejados fica difícil saber quando as coisas voltarão à normalidade, mesmo que haja flexibilização do isolamento social”, afirma o economista responsável pelo estudo, Rodopho Tobler. O estudo, obtido com exclusividade pelo Estadão, consultou 1.900 empresas da indústria e do comércio.

A freada provocada pela pandemia pegou em cheio os fabricantes e os varejistas de veículos, eletrônicos e móveis. Nas fábricas, o encalhe desses produtos se aproximou a níveis atingidos na época da crise do subprime, nos anos 2008 e 2009. Como esses são itens de alto valor e não estão na lista de artigos de primeira necessidade, o consumidor parou de comprá-los. Esse movimento ganhou força por conta do medo do desemprego e da perda de renda, explica Tobler.

De março para abril, o primeiro mês completo de quarentena, a fatia das montadoras de veículos que informou ter estoques excessivos saltou 1,5% para 41,2%. “O resultado de abril foi praticamente o mesmo alcançado na crise de 2008”, observa o economista. Em dezembro daquele ano, 42,5% dos fabricantes de veículos tinham produtos encalhados.

Na indústria de eletroeletrônicos e informática o quadro foi ainda pior. O resultado de abril superou o atingido na crise do subprime. Em março, 6,2% das fabricantes informaram acumular estoques excessivos. Em abril, essa marca tinha subido para 38,5% e ultrapassado a alcançada em janeiro de 2009, de 24,9%.

Sem escoamento

“Subiram os estoques na indústria, porque não está havendo escoamento da produção”, afirma José Jorge do Nascimento, presidente da Eletros, que reúne os fabricantes de eletroeletrônicos. Ele não tem dados do tamanho de encalhe nas fábricas do setor. Mas relatos de associados dizem que o volume de produtos nos depósitos das indústrias cresceu.

Logo quando foi decretado o isolamento social em grandes centros consumidores, muitas carretas estavam transportando produtos das fábricas para os centros de distribuição das lojas.

“Mas quando chegaram lá não puderam descarregar e tiveram de voltar”, conta Nascimento. O passo seguinte foi se ajustar à nova realidade. Deram férias coletivas, usaram banco de horas, entre outras formas de cortar a produção. Segundo ele, grandes redes de varejo pararam ou diminuíram as compras, prorrogaram pagamentos e renegociaram os preços.

Esse movimento se refletiu no avanço dos estoques no comércio, concentrado nos bens duráveis. No mês passado, estudo da FGV aponta que 30% das varejistas informaram que estavam com volumes excessivos desses produtos, quase o dobro do registrado em março (16,5%) e muito próximo do recorde histórico de 31% atingido em outubro de 2015.

A situação mais crítica ocorreu nas lojas de eletroeletrônicos e móveis. Nesse segmento, a fatia de empresas super estocadas mais que dobrou de março para abril, de 12,1% para 27,4%.

Além dos eletroeletrônicos e móveis, o varejo de veículos, motos e peças é outro setor onde o encalhe de produtos é grande.

De março para abril, a parcela de empresas com estoques excessivos quase dobrou, de 18% para 33,5%, mostra a pesquisa. A sobra de produtos é reflexo da queda 66% nas vendas no mesmo período. No mês passado, foram comercializados apenas 55,7 mil veículos novos no varejo, o pior mês para as concessionárias em mais de 21 anos.

Com os pátios cheios, as duas lojas do Grupo Amazon, revenda da Volkswagen, estão fechadas e as vendas são apenas remotas. Marcos Leite, gerente de vendas, conta que o volume de negócios caiu 85% ante um mês normal.

“Conseguimos fazer algumas vendas pautadas pelas promoções”, diz. Entre elas, estão a carência de um ano para começar a pagar o financiamento e também a troca com troco. Neste caso, o objetivo, além de vender, é dar um fôlego para quem perdeu renda.

Com informações do jornal O Estado de SP.
* Imagem reprodução

Covid-19 e as Indústrias de Alimentos

Fonte: Certificação ISO

O que é necessário compreender em relação às indústrias de alimentos. Com as recentes ordens de quarentena, pelo rápido início de doenças em todo o mundo e a natureza altamente contagiosa do novo coronavírus (COVID-19), todas as empresas devem se preparar e refletir sobre o que pode acontecer e tomar ações para minimizar os possíveis impactos na organização e no abastecimento de alimentos da população em geral.

Para começar, preciso esclarecer que a gripe por COVID-19 não é uma DTA (doença transmitida pelo alimento) a transmissão acontece de maneira direta, de pessoa a pessoa ou por contato das mãos com superfícies contaminadas e posterior contato com as mucosas da boca, nariz ou olho. Então esse vírus não deve ser considerado um perigo para a segurança do alimento.

Embora a segurança dos produtos não está sendo ameaçada, precisamos dar orientações para que as indústrias de alimentos possam continuar trabalhando, pois de fato, ante essa emergência mundial que estamos vivendo toda a população precisa, e muito, de disponibilidade de alimentos para não aumentar ainda mais o caos. Hoje, as empresas envolvidas na cadeia de fornecimento de alimentos têm um papel fundamental para minimizar os prejuízos que, inevitavelmente, sofrerá a população. Nesse momento histórico onde todas as empresas, fabricas e muitos outros serviços estão parando suas atividades impedir o desabastecimento de alimentos é a obrigação principal dos fabricantes de alimentos com a comunidade.

A maioria das orientações dadas para prevenir a transmissão do coronavírus são aquelas já exigidas pelas boas práticas de fabricação (BPF), ou seja, lavagem das mãos frequentemente, sanitização delas com, por exemplo, álcool 70%, álcool gel 70% ou utilizando sabonete antisséptico. As práticas, como comunicar a suspeita de doenças transmissíveis quando os primeiros sintomas surgirem, também são exigências relacionadas às BPFs. Nesse ponto, os primeiros sintomas relacionados com o COVID-19 não podem ser omitidos.

A prevenção no ambiente das indústrias de alimentos:

Nas fábricas e locais de manipulação de alimentos, devem ser seguidas as orientações amplamente difundidas pelos organismos oficiais para evitar a transmissão do vírus pelo ambiente. Mantendo adequada higiene das áreas e superfícies habitualmente manuseadas pelos funcionários, limpando regularmente mesas, maçanetas, telefones, teclados e outros objetos de uso comum.

Evitar ao máximo as reuniões presenciais. Hoje contamos com muitos dispositivos que permitem reuniões virtuais (SkypeWhatsAppWherebyHangouts). Em caso de ser imprescindível a reunião presencial, reduza o número de participante e o tempo da mesma ao essencial. Durante a reunião disponibilize sanitizante para as mãos, lenços, lixeira fechada para descartar os lenços e máscaras, em caso que algum participante esteja mostrando sintomas gripais.

O cuidando das pessoas

O comprometimento das indústrias de alimentos tem que encontrar o ponto de equilíbrio, entre continuar produzindo para abastecer à população, mas sem pôr em risco os próprios colaboradores. Seguem alguns pontos a serem considerados:

O aumento do absenteísmo será um dos efeitos mais previsíveis, pois alguns colaboradores ficarão doentes e outros precisarão de cuidar de familiares em risco ou crianças, se as escolas fecharem. Pelo que é preciso identificar as funções chaves dentro da operação para manter a produção rodando e treinar um grupo de colaboradores substitutos para cobrir essas funções, em caso de necessidade. Incentive o comparecimento no local trabalho brindando benefícios como por exemplo venda de produtos da empresa com preço reduzido. Segundo as estadísticas, se a pandemia se prolongar por muito tempo é provável que a fábrica conte com apenas 50% dos funcionários da operação. Pense em isso para estar preparado.

O desconhecimento sobre as consequências que podem trazer uma pandemia poderá gerar confusão e desespero nos colaboradores, e prejuízos desnecessários na operação. É importante manter vias de comunicação abertas e formais com os funcionários, para informar sobre as decisões da empresa e esclarecer dúvidas em geral. Disponibiliza um grupo de WhatsApp, ou um local na rede interna par formalizar essas comunicações.

Sabendo que o vírus se propaga, principalmente, por contato direto entre as pessoas, é recomendado reduzir a quantidade de colaboradores que permanecem no mesmo local simultaneamente tanto como possível. Para isso pode ser necessário alterar o horário das refeições para que grupos menores permaneçam no refeitório ou disponibilizar mais espaços ou salas para o horário de descanso. No caso de os colaboradores com atividades administrativas, uma alternativa é disponibilizar recursos para que trabalhem desde suas casas (home office).

Todas as medidas preventivas e processos de triagem a serem tomados tem que ser coordenadas com o RH da empresa e validadas com o advogado da organização para garantir que não descumpram as legislações laborais, incluindo o afastamento preventivo dos trabalhadores com mais de 60 anos e a triagem dos funcionários em relação à aparição de sintomas relacionados com o COVID-19. A triagem mais utilizada é o monitoramento da temperatura corporal antes de começar a jornada laboral. Colaboradores com febre acima de 37.3°C deverão ser afastados do local de trabalho, e receber acompanhamento médico.

Garantindo o fornecimento

Durante o período de quarentena, os consumidores acostumam mudar seus hábitos de consumo, pois preparam mais refeições em casa e para todo o grupo familiar, também preferem comprar alimentos não perecíveis a alimentos frescos. Em vista disso, a organização deve priorizar a produção de alimentos de consumo doméstico que atendam essa mudança, tanto no tipo de produto como também na quantidade de alimento por unidade de venda.

A cadeia de fornecimento também passará por mudanças e pode que para manter a produção de alimentos essenciais para a população requeira de substituições emergenciais de insumos, desenvolva um plano de contingência contemplando o fornecimento de insumos substitutos e/ou fornecedores alternativos para garantir a quantidade e qualidade constante dos produtos.

Além das ações focadas na produção, devem ser tomadas ações para manter a logística e a distribuição dos produtos, para isso o cuidado do motorista será chave. Defina procedimentos de recebimentos e expedição que minimizem o contato entre motoristas e os funcionários do armazém. Por exemplo, o motorista poderia ficar dentro do caminhão enquanto os materiais são carregados ou descarregados.